Como (tentar) explicar o início da Premier League
A Premier League está de volta! Uma das grandes ligas mundiais retornou para fazer nossos olhos brilharem. É claro que a situação não está aquela maravilha com a qual nos habituamos, são apenas os primeiros chutes da temporada. Porém, passados quatro jogos e o fim da janela de transferências, algumas pontuações já podem ser feitas.
Começamos nossa análise com aquele que chegou voando para a nova temporada: o Manchester City. Campeões em 2013/14, os Citizens querem o troféu de volta, e não estão para brincadeira. Em quatro jogos, quatro vitórias, dez gols marcados e NENHUM sofrido – corneteiros do Kompany estão se remoendo. Números a parte, o City faz por onde. Trabalhou bem na temporada passada – vice-campeão – e o que me parece mais importante: manteve sua base. O clube tem o melhor goleiro inglês da atualidade, Yaya Toure correndo uma maratona por jogo e há algum tempo ostenta Sergio Kun Aguero marcando um gol atrás de outro.
City já enfrentou e bateu o Chelsea nesta temporada |
Como se não bastasse o bom elenco, os azuis de Manchester acertaram com Raheem Sterling e Nicolás Otamendi. O primeiro não só já estreou, como já caiu nas graças da torcida. Já o segundo ainda não pôde se apresentar em campo, mas tem tudo para ser a última peça do quebra-cabeças que deixa a defesa do City uma obra prima. Palmas para Manuel Pellegrini.
O próximo tópico vale como uma menção honrosa. Crystal Palace, Leicester City e Swansea City estão destemidos. Os londrinos ocupam a vice-liderança, com nove pontos, enquanto os Foxes e os galeses possuem oito pontos cada, fechando o G-4. Em meio a times endinheirados e internacionais, é difícil ver boas perspectivas para outas forças do campeonato. Porém, esses três times começaram bem, é isso que importa. Todos estão entre os cinco melhores ataques, e vêm montando defesas equilibradas. Dentro de casa, não temem ninguém. Não adianta chegar com 20 títulos na camisa e achar que são três pontos garantidos. Fora de casa, fazem o jogo do resultado. Linhas bem definidas, contra-ataque organizado e pontos fundamentais na tabela (o Chelsea já sofreu nesse sistema). O começo é empolgante, mas os pés não devem sair do chão. Torço ansiosamente por “zebras” ao fim da temporada.
Na sequência da tabela, chega o Manchester United. Duas vitórias e um empate renderam sete pontos em quatro jogos aos Red Devils, 5º colocado. A verdade é que o time ainda vive grande processo de reformulação, posterior à saída de Sir Alex Ferguson e ao deslize de David Moyes no comando do time. Com a chegada de Louis van Gaal, também vieram nomes como Memphis Depay e Bastian Schweinsteiger. O treinador holandês também negociou o frustrado Angel di Maria e também Robin van Persie, e emprestou o jovem Adnan Januzaj. Se tem uma coisa que não muda, é a liderança de Wayne Rooney. Capitão, o camisa 10 comanda a equipe dentro de campo, com aquela entrega já conhecida do Shrek. Com novos patrocinadores e novos nomes, o futuro do United tende à evolução.
Ainda sem ter feito muito pela Premier League, Arsenal e Liverpool ocupam a 6ª e 7ª colocações, respectivamente, com os mesmos números do ascendente Manchester United. O destaque inicial dos Gunners vai para a grande mistura de juventude e experiência. A contratação de Petr Cech trouxe muita segurança ao gol londrino, algo inusitado nos últimos anos, e o meio campo conta com alguns nomes que buscam a consagração no futebol europeu. Alex Oxlade-Chamberlain, Jack Wilshere e Aaron Ramsey se juntam a Santi Cazorla, Mesut Ozil e Mikel Arteta para criar ótimas opções no elenco, que vem correspondendo.
Pelo lado do time dos Beatles, a situação é um pouco menos animadora. Steven Gerrard deixou alguns milhares de órfãos, que ainda morrem de saudades de Luis Suárez e até dele, sim, ele, Fernando Torres (admitam). Mas o passado é passado. Ainda não é possível falar se Jordan Henderson é o capitão que os Reds precisam, mas ele parece se esforçar muito. Avançando na formação, vemos Philippe Coutinho se reencontrando com o bom futebol – e jogando muita bola – e a nova estrela da companhia: Christian Benteke, fazendo seus gols e buscando um espaço no coração do torcedor – porque no time titular só tem ele para o ataque mesmo.
Descendo algumas posições na tabela – e algumas lagrimas do rosto do torcedor, vemos o Chelsea, 13º colocado, com apenas uma vitória em quatro jogos. Nessa situação, o humilde torcedor apenas olha para os céus e pergunta “por que?”. Atuais campeões, os Blues chegam com um elenco reforçado e desfalcado ao mesmo tempo. Vamos entender o motivo. Pedro chegou muito bem. Incomodou os titulares e quer sua vaga no time. Agora vêm as notícias ruins. A famosa defesa de José Mourinho não se encontrou até então, Branislav Ivanovic e John Terry ainda não viram a cor da bola. Eden Hazard está tão confortável na ponta-esquerda que fica por lá durante os 90 minutos. E Diego Costa tem aquele físico que inspira cuidados minuciosos, além de um Radamel Falcao que ainda não confia no próprio taco. O clube não fez muito na janela de transferências, e agora vai ter que se virar para reencontrar o caminho das vitórias, assim como a defesa do título.
Vamos lembrar que muito ainda está por acontecer. Faltam apenas 34 rodadas e qualquer um pode ser rebaixado. Fique de olho.
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