Como aproveitar melhor a base

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A Seleção Brasileira vive uma crise muito forte. Não financeira, porque a CBF é uma das instituições que mais ganha dinheiro no futebol, mas sim de identidade. É notável a falta de organização na estrutura que dá base para os profissionais, seja na parte administrativa ou  futebolística.. Aqui falarei do que me importuna no momento que é a falta de profissionalismo com questões que envolve a administração do futebol e suas consequências.

Os Presidentes das Federações Regionais são despreparados e estão no cargo há bastante tempo. São pessoas desatualizadas e que não demonstram o menor interesse em fortalecer o futebol nas suas regiões e isso reflete em problemas dentro do campo. Por exemplo, as categorias de base.

Mesmo montada às pressas, seleção fez bonito e chegou a final do Mundial desse ano

É obrigação da entidade máxima do futebol brasileiro cuidar das categorias de base,contratar profissionais qualificados e trabalhar os talentos que aparecem para o futuro da seleção. Porém, existe uma falta de competência na CBF com esse aspecto. Teremos que perder quantos mais Decos, Diegos Costa e Thiagos Alcântara, para perceber isso?

A desorganização é tão grande que a menos de um mês para o começo do Mundial da categoria Sub 20, que foi disputado em Junho desse ano, aconteceu uma troca de treinador. A luz no fim do túnel é que o novo comandante, Rogério Micale, tem um bom histórico de trabalho com jogadores de categorias de base.

Uma outra característica do futebol brasileiro que assombra as categorias de base – e aqui a crítica é estendida aos clubes, é a política dos resultados.É esquecido que o real objetivo será formar jogadores e que, se vier o título ótimo, mas se não conseguir conquistá-los e a base continuar produzindo bons nomes, não tem porque a troca do comandante. Numa simples comparação com a Alemanha vemos que a seleção germânica foi campeã na categoria de base sub20 apenas uma vez, fato ocorrido em 2009. Mesmo assim, o treinador é o mesmo desde o ano 2000. A DFB (CBF de lá) liderou um processo de renovação que trouxeram frutos como Ozil, Muller, Neuer, Khedira entre outros.

Num trabalho conjunto com federações regionais, foram espalhados centros de futebol ao longo do país e os talentos foram se encaminhando para os times de sua região. O trabalho conjunto, que começou após a Copa de 2002, acabou dando forma à geração que trouxe o quarto título para os alemães. Sem todo esse trabalho ainda conseguimos revelar craques, imagina se a coisa fosse séria. Se não houvessem brechas para empresários, se existisse apoio aos clubes, se existisse profissionalização nas gestões de todos os cargos até chegar no cargo principal da Confederação.


Enquanto a política atual se manter, faremos esse exercício apenas na imaginação e veremos os rivais se aproximarem cada vez mais das estrelas que carregamos com tanto orgulho no peito. Até porque o título de “país do futebol” já não é nosso.

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